08/01/16

Arquibos (arquivos)

 - Hai arrimado a siete anhos i cinco meses l Jornal Nordeste publicou an pertués lá crónica de la jornalista Teresa Batista que aqui bos deixo, assi culo l link para que puoda ser lida ne l próprio jormal.
- Puode percurar-se cun toda la justícia porque l fago!?
- Saludades de reber estas amboras antigas si, mas tamien muita proua de pertencer i reler cousas de la mie tierra i de la mie giente.
 - Ye a eilhas que recurro para ganhar fuorças, porque ye neilhas que ancuontro la proua de ser Zeníziensese, cun eisemplos destes quien nun queda babado?. 
- Peçque yá fui hai muito tiempo, mas para mi peçque fui onte.
- Un die un sábio dixo mais ou menos isto "quien squecir l passado mui defícele ancuntrará l camino de l feturo"



http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=225&id=9772&idSeccao=2113&Action=noticia#.Vo_mjU85SuZ



 



Genísio: onde o mirandês é rei 

 


Algumas pessoas trocam dois dedos de conversa em mirandês enquanto descansam da labuta diária pela hora da sesta, à sombra de uma árvore no centro da aldeia. Na mesma rua, Tibério Delgado transforma pedaços de ferro em facas e navalhas de diferentes tamanhos, que levam o nome da terra a diversos pontos do País e até à vizinha Espanha. Este foi o cenário encontrado pelo Jornal NORDESTE na freguesia de Genísio, no concelho de Miranda do Douro.
Nesta aldeia pacata, a população, na sua maioria idosa, comunicam na segunda língua oficial de Portugal e só mudam o tom quando recebem visitas. “Genísio é das aldeias onde se fala melhor o Mirandês”, salienta o presidente da Junta de Freguesia de Genísio, Manuel Lopes.
Aqui, o artesanato é a actividade predominante, tendo ultrapassado, em larga escala, a agricultura. “Somos uma freguesia tipicamente rural. No entanto, a população foi deixando de cultivar as terras devido ao avanço da idade. Apostaram mais na florestação e no artesanato”, afirma o autarca local.
Tibério Delgado, de 72 anos, é um dos principais rostos do artesanato de Genísio. Este artesão dá continuidade a uma arte que começou a aprender com 8 anos de idade. “Faço navalhas, aldrabes, jogos de cozinha e tenazes para a lareira. Tudo que seja feito em ferro forjado eu domino”, realça Tibério Delgado. Seja Inverno ou Verão, este artista passa os dias na oficina que recuperou com o apoio da Corane e da Câmara Municipal de Miranda do Douro. “Este é o meu escritório”, graceja.
A qualidade do seu trabalho leva pessoas de diferentes pontos do País e, até, da vizinha Espanha a procurarem-no na sua oficina em Genísio. “Não faço feiras, as pessoas que procuram o meu trabalho vêm cá porque gostam do meu trabalho. O segredo está no temperamento que se dá ao ferro”, revela.

A transformação da Casa da Abadia num Centro de Convívio é o projecto mais ambicionado pela freguesia

Aos 82 anos, Abel Antão ainda vai dedicando algum tempo a moldar madeira em objectos relacionados com a actividade agrícola e com as lides domésticas. “Trabalhei como sapateiro, depois como carpinteiro com a serra minhota e depois é que comecei a fazer artesanato em madeira. Há 25 anos que me dedico a isto, mas agora já estou na idade de descansar”, conta.
Na anexa de Especiosa, Desidério Afonso dedica-se à construção de gaitas-de-foles de forma artesanal.
Numa visita pela freguesia de Genísio encontramos algum património histórico, que remonta aos tempos em que esta localidade se chamava “Belharino de Genízio”.
A Capela de São Ciríaco, datada de 1261, a igreja matriz, que é um templo renascentista, a capela de Santa Cruz, o Museu-Lagar, as fontes de mergulho e o sítio arqueológico onde existe uma Mamoa “Campina” são locais que merecem ser visitados.
Em conversa com a população, os forasteiros também podem conhecer a lenda da Boubela, mais conhecida como “La Lhienda de la Boubielha”. Este pássaro quando apareceu pela primeira vez na aldeia foi recebido com lençóis brancos pelas pessoas que pensavam que se tratava da aparição de Nossa Senhora. Actualmente é o símbolo do brasão da freguesia, que muito orgulha os habitantes de Genísio.
No que toca a projectos para desenvolver a aldeia, Manuel Lopes realça que o mais ambicioso é a transformação da Casa da Abadia num Centro de Convívio para idosos. Esta obra vai depender da aprovação de uma candidatura ao QREN.
Além disso, a autarquia também pretende investir em arranjos urbanísticos nas localidades de Genísio e de Especiosa, nomeadamente na requalificação de alguns largos e fontes de mergulho antigas.
A ligação da anexa de Especiosa a Angueira, no concelho de Vimioso, é, igualmente, uma prioridade para a freguesia.


Sem comentários: