Soneto quaije einédito
Ben Janeiro friu i pardaciento,
Décen de la sierra ls
lhobos al poblado;
Assientan-se ls caramonos an San Bento
I l Decreto de la fame
ye publicado.
Eidita-se la nobela de
l ourçamiento;
Medra la miséria al
pobo amordaçado;
Mas ls biltres de l
nuobo parlamiento
Gánhan seis mil reis
d'ourdenado.
I anquanto à fame l
pobo se çfigura,
Cierto santo aluno de
Lhoyola,
Mistura de judiu i de
bilon,
Tamien faç l pequeinho
"sascrifício"
De trinta mil reis -
solo! - por sou oufício
Recebir, a bien del...
i de la nacion.
JOSÉ RÉGIO Soneto
screbido an 1969.
(An pertués)
Soneto quase inédito
Surge Janeiro frio e
pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
JOSÉ RÉGIO Soneto escrito em
1969.
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