04/03/22

 

Março 4, 2010

in blog – fuontes de l aire

fracisco niebro / Amadeu Ferreira

 

ganhar l die

un ramico de froles inche de quelor
ls uocos que me chúben pulas horas; ye
naquesse jardin que me pace, triste, l die,
nel demudo an cuntentamiento l miu delor;

quando l pensar me chube aceso an sou queimor
i bate l sien sentido l’ala selumbrie,
miro aqueilhas frolicas i, quien dezirie,
lhougo abaixa al jardin i canta un reissenhor;

tan afeitos a eilhas, ls uolhos me fúgen
a cebar-se an sereno i ls miedos se scamúgen
grimados cula fuorça que l pequeinho apanha:

nunca hai tan amportante cousa que te smague,
nien deixes que alto assunto un solo die t’açague,
puis la bida ye ne l pequeinho que se ganha.

 

…//…      

      

ganhar o dia


um raminho de flores enche de cor

os vazios que me sobem pelas horas; é

nesse jardim que me passeia, triste, o dia,

no demudo em contentamento a minha dor;

 

quando o pensar me sobe aceso em seu ardor

e bate o sem sentido a asa sombria,

olho aquelas florzinhas e, quem diria,

logo desce ao jardim e canta um rouxinol;

 

tão afeitos a elas, os olhos me fogem

a engordar-se em sereno e os medos fogem

assustados com a força que o pequeno apanha:

 

nunca há tão importante coisa que te esmague,

nem deixes que alto assunto um só dia te estrague,

pois a vida é no pequeno que se ganha.

 

 

traduziu: ac

Março 04, 2022

obs.: pode a tradução não mostrar todo o sentir do poeta.

1 comentário:

Parapeito disse...

não podia vir mais a calhar. No comentário anterior falei de Amadeu.
Tão bonitos estes versos, tão nostálgicos.
Gostei muito.
brisas doces *