Este testo q'eiqui publico "an pertués" saliu ne l blogue "tierraalantre"
Cuidei por bien poner-lo eiqui, (ls respunsables nun lhíeban a mal you partelhar-lo) puis ye ua ambora que mos agrada muito a nós mirandeses i que cúmben que seia de l coincimiento de todos. Quedamos assi a saber que la lhéngua mirandesa, la sue daprendizaige, l studo, mesmo tenendo muitos atalancadeiros, stá an bun camino. L die de manhana stá assegurado.
Un testo para guardar.
https://tierraalantre.wordpress.com/2018/09/20/ensino-do-mirandes-consolidado-nas-escolas-de-miranda-do-douro/
“L mirandés”
continua a atrair estudantes
O mirandês está consolidado nas
escolas de Miranda do Douro. Atualmente são 386 estudantes a frequentar a
disciplina que é opcional.
Já lá vão 34 anos desde a primeira
aula em mirandês. O projeto começou com nove alunos do 2º ciclo. Atualmente,
como disciplina opcional, é frequentada por 356 estudantes, num universo de 609
alunos do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD).
O diretor do agrupamento, António
Santos, manifesta orgulho pelo facto de “ao longo dos anos, mais de 60% dos
alunos que frequentam o AEMD estarem inscritos nesta disciplina opcional”,
frisando que “o ensino da Língua e Cultura Mirandesa é um projeto consolidado”.
O ensino do mirandês é feito, desde
o ano letivo 2009/2010, nas escolas de Miranda do Douro, de forma contínua,
desde o pré-escolar até ao secundário. E António Santos destaca o empenho dos
estudantes “que optam por se matricular voluntariamente, quando poderiam ocupar
os seus tempos livres na brincadeira ou estar no café”.
A língua mirandesa, no entender do
presidente AEMD, funciona como uma espécie de “bilhete de identidade” das
pessoas do concelho de Miranda do Douro. “É nobre preservar a identidade de um
povo e à escola compete-lhe essa missão”, defende o docente.
Ana Martins, aluna do 11.º ano, que
começou na primária a frequentar a disciplina, conta que aprendeu a falar
mirandês com a família.
“As minhas primeiras palavras foram
em mirandês e só aprendi português quando entrei para a escola”, conta à
Renascença, indicando que “o mirandês ajuda muito na aprendizagem do português,
principalmente ao nível da escrita”.
Também José António, aluno do 10º
ano, manifesta orgulho na aprendizagem da segunda língua oficial em Portugal.
“É um gosto aprender e mergulhar na tradição de um povo que tem orgulho na sua
língua”, refere o estudante.
Já Afonso Dias, teve alguma
dificuldade em aderir à aprendizagem do mirandês, mas atualmente confessa-se
rendido face à “riqueza e beleza de uma língua que tem uma musicalidade
especial, diz muitos dos antepassados e pode projetar todo um povo em termos
futuros”.
O dialeto mirandês sobreviveu
centenas de anos no isolamento, alcançando, em 1999, o estatuto de segunda
língua oficial em Portugal, através da Lei 7/ 99, de 29 de janeiro, num projeto
do então deputado socialista Júlio Meirinhos.
Professores de Língua e Cultura
Mirandesa precisam-se
Domingos Raposo, o primeiro
professor de mirandês, nas escolas de Miranda do Douro considera que “a
oficialização da língua foi uma mais-valia”, defendendo que “há muita coisa por
fazer ao nível do ensino, como a elaboração de manuais escolares”.
O docente indica ainda que “faltam
verbas para a criação de instrumentos didáticos e pedagógicos para lecionar o
mirandês”.
Um passo tido como determinante para
a consolidação do mirandês passa pela formação de professores de Língua e
Cultura Mirandesa. Um protocolo foi já assinado entre o município, o Ministério
da Educação e a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), visando
o desenvolvimento de um projeto-piloto destinado ao ensino da língua e cultura
mirandesas.
Apesar do reconhecimento oficial, a
língua mirandesa continua “a não ter um enquadramento institucional adequado”,
apontam os linguistas que se dedicam ao seu estudo, ambicionando pela
assinatura da Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias, um tratado
internacional do Conselho da Europa que “define boas práticas para o
enquadramento legal e institucional de línguas minoritárias, como é o caso, em
Portugal, da língua mirandesa”.
A Carta Europeia das Línguas
Regionais ou Minoritárias contempla 35 princípios que cada signatário do
documento terá que cumprir na área da educação, administração local, justiça,
media, vida económica e cooperação institucional.
Sem comentários:
Enviar um comentário